Jornalista expõe esquema das privatizações tucanas

19 – A Privataria Tucana
Autor: Amaury Ribeiro Jr.
Editora: Geração Editorial
Assunto: política
Páginas: 344
Ano de edição: 2011

@brunosdr3

As informações trazidas pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. surpreende até aqueles que nunca votariam no PSDB, tamanha a apropriação e distribuição dos bens públicos aos ricos. As privatizações orquestradas pelos tucanos durante os oito anos de Fernando Henrique Cardoso na presidência trouxeram uma perda irreversível para o patrimônio brasileiro.

A modernidade era a palavra utilizada para defender as vendas das estatais, mas por detrás estavam pessoas interessadas em beneficiar as suas próprias finanças e de seus próximos. Políticos como José Serra e Tasso Jereissati encabeçavam esquemas de lavagem de dinheiro e benefícios em nomes de familiares, sócios e amigos.

O livro traz provas documentais sobre as transações entre empresas de fachadas e os paraísos fiscais. O dinheiro conseguido com as comissões das privatizações saía do Brasil e voltavam como renda legal. Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, respectivamente filha e genro de José Serra operavam muitas dessas transações.

As estatais de energia e telefonia estaduais foram todas para iniciativa privada, os esquemas incluíam o pagamento feito pelo Estado para sanar as dívidas trabalhistas, já que muitos trabalhadores foram demitidos. Simplesmente o novo proprietário ficaria só com os próximos lucros, já o governo acataria com todos os prejuízos. Seria como comprar um carro com as próximas trocas de óleo e manutenções já pagas.

A leitura de “A Privataria Tucana” leva o leitor a conhecer os mistérios da modernidade prometida pelos neoliberais, de novo não tinha nada, era a velha corrupção política com novos modos de operação. Enquanto o país perdia boa parte de suas estatais, muitas que davam lucro. Os meios de comunicação aplaudiam a coragem dos tucanos em vender os bens brasileiros. Como os próprios privatas diziam – “foi vendido tudo o que era possível”. Todos os denunciados continuam impunes até o momento.